O Instituto das Servas do Sagrado Coração de Jesus Agonizante, é uma comunidade de pessoas que optaram por viver juntas, para continuar na Igreja a obra de salvação, para testemunhar pela união fraterna o Evangelho a todos os homens e sua fé na ressurreição futura . A reparação e o serviço aos mais pobres esprimem a finalidade e o carisma específico do Instituto.

27 de set. de 2010

Aconteceu!!!

Àfrica Togo- Atakpamé, 21 de Agosto de 2010
Votos perpétuos de:
Irmã Honorine Fintakpa
Togo-Lomé 14 de Setembro
Profissão temporária de:
Irmã Odette Nayovi A.
Irmã Eliane Fadikpe
Irmã Blandine Tugan

Vai acontecer!!!
Filipinas- Manila 16 de Outubro
profissão temporária de:
Irmã Fransiska Hoar Bria
Irmã Margaretha Abuk
Suor Maria Arince Bria
Irmã Maria Regina Hoar Seran
Irmã Elsa Lopes Alves

Votos de santidade!!!

12 de set. de 2010

A história das Jornadas Mundiais da Juventude.
A juventude da Paróquia Jesus de Nazaré no desejo de
participar deste grandioso momento de fé, estão se
organizando para estar em Madrid 2011.
Aqui está um pouco da história das Jornadas anteriores

8 de set. de 2010

“A nobreza de Deus não se ensina com técnica”, diz presidente do 3º Congresso Vocacional

O catarinense dom Leonardo Ulrich Steiner, 59, é bispo da prelazia de São Felix do Araguaia, no Mato Grosso, há cinco anos. A serenidade é uma das marcas deste franciscano que tem doutorado em filosofia e é membro da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB. Ele preside o 3º Congresso Vocacional do Brasil, que reúne, desde sexta-feira, 3, em Itaici (SP), 385 animadores vocacionais de todo o país,. O Congresso debate o tema “Discípulos missionários a serviço das vocaçoes”.
Nesta entrevista exclusiva à Assessoria de Imprensa da CNBB, dom Leonardo explica que o Congresso Vocacional não é para ensinar técnicas ou métodos para conseguir mais vocações. “A experiência cristã, o seguir Jesus Cristo, o ser encontrado por Ele é uma experiência única. É a nobreza de Deus de nos ter escolhido e nos deixar participar do mistério de seu amor. Isso não é [ensinado] com técnica, com método, mas com o espírito, com abertura”.

Dom Leonardo fala também das crises por que passa a sociedade atual e lembra que as pessoas tentam equilibrar sua existência a poder da química, inclusive os jovens, com as drogas. “Ficamos espantados com o número cada vez maior de farmácias. É o primeiro tempo da história da humanidade que se usa a química para tentar equilibrar a existência humana”.

Dom Leonardo explica, ainda, o número reduzido de leigos neste 3º Congresso e destaca a qualidade de sua participação no evento. “Como participaram com disposição e alegria!”.
Leia, abaixo, a íntegra da entrevista.

1. Que elementos o senhor destaca como ponto alto deste congresso e para onde eles apontam?
Dom Leonardo: O primeiro elemento importante é o pré-congresso, que foi uma verdadeira descoberta. Não quisemos congregar as pessoas em Itaici sem antes termos estudado um texto, trocado ideias, experiências; sem termos feito nas paróquias um bom trabalho e realizado nos Regionais da CNBB os chamados pré-congressos. Em alguns Regionais a Pastoral Vocacional (PV) conseguiu se rearticular para o pré-congresso. Isso foi um ganho para a Igreja no Brasil.
O segundo elemento foi tentarmos trazer a beleza e a profundidade do Documento de Aparecida para a PV. Se na nossa Pastoral Vocacional conseguirmos fazer ver que todo batizado é um discípulo missionário a serviço das vocações, estamos levando a intuição da Conferência de Aparecida até nossas pequenas comunidades. Não apenas veremos as vocações, mas a intuição de Aparecida de que cada batizado, cada cristão, cada católico é aquele que vive de Jesus, anunciando Jesus, ouvindo a sua palavra, convivendo, sendo sinal do Reino.
Um terceiro elemento importante é a troca de experiência. O fato de termos aqui pessoas vindas de todo o Brasil, com mentalidades e experiências diversas; Igrejas que têm sua pastoral, suas dificuldades e seu entusiasmo, fez com que os congressistas começassem a perceber que a Igreja no Brasil é extremamente rica. Esta troca de experiência fez com que os congressistas percebessem que existem experiências que podem ser partilhadas. Chamo atenção, por exemplo, para a escola para formação de animadores vocacionais nos Regionais Sul 3 e Centro Oeste. Não uma escola de formar padres, mas de formar discípulos missionários que vêm, participam e se responsabilizam pela animação vocacional na nossa Igreja no Brasil.
2. O senhor disse que o Congresso não é para ensinar técnicas ou métodos para buscar vocações. Pode explicar melhor esta afirmação?
Dom Leonardo - No tempo que vivemos da ciência e da técnica, da virtualidade, poderíamos imaginar que um congresso iria nos dizer o que fazer e como fazer. Isto é, viemos aqui, ouvimos, voltamos para casa e agora vamos executar. A intuição do Congresso foi outra. Foi a de nos deixar guiar pelo espírito [da Conferência] de Aparecida e suscitar esse imenso desejo de ser discípulos missionários a serviço da Igreja.
Explicando melhor: a experiência cristã, o seguir Jesus Cristo, o ser encontrado por Ele é uma experiência única. É a nobreza de Deus de nos ter escolhido e nos deixar participar do mistério de seu amor. Isso não é [ensinado] com técnica, com método, mas com o espírito, com abertura. Deste encontro, deste dar-se conta da nobreza de Deus é que, certamente, vão abrir-se para nós elementos e pistas.
Numa entrevista me perguntaram: ‘Como anunciar Deus hoje?’. Respondi: ‘como, eu não saberia dizer. Talvez conseguisse dizer quem, qual a pessoa a ser anunciada hoje, ou seja, este Deus tão próximo de nós’. Tentei dizer isso na homilia [na celebração de abertura do Congresso] ao falar: “Deus, osso de nossos ossos, carne de nossa carne’. Nicolau de Cusa chega a dizer “o não outro de Deus”.
3. Os congressistas têm usado aqui a expressão ‘vocacionalizar a Igreja’. O que eles querem dizer com este neologismo?
Dom Leonardo – É a primeira vez que ouço [esta expressão] também. Este verbo [vocacionalizar] não existe, mas hoje se criam tantos verbos e palavras, que talvez esse também fique. Sinto nas colocações que ‘vocacionalizar’ quer dizer que toda a Igreja está apta, atenta, aberta para o serviço e animação vocacional. É toda ela ministerial, toda ela ajudando nossas crianças, adolescentes, jovens e os adultos a descobrirem qual é o chamado de Deus. Ajudar os nossos adultos a redescobrir a grandeza do amor primeiro o ‘por que abracei uma vocação?’. ‘Vocacionalizar’, então, é levar toda a Igreja a ser.

4. Um Congresso Vocacional pensa e fala sobre todas as vocações. No entanto, a presença dos leigos aqui é pequena e o senhor ressaltou esse detalhe num determinado momento do encontro. A que o senhor atribui isso?
Dom Leonardo - A primeira observação feita por uma leiga depois da minha fala foi a dificuldade dos próprios leigos terem meios econômicos para virem. Ela mesma disse: ‘eu sou professora, sou mãe, sou avó’ e falou da dificuldade de deixar o trabalho e vir [ao Congresso]. Não é tão simples o Norte e o Nordeste virem até São Paulo. O que nos falta ainda como Igreja no Brasil é começar a nos despertar para os discípulos missionários a serviço das vocações. O próprio tema do Congresso talvez possa ajudar para que, no próximo Congresso, se houver, a participação dos leigos seja maior. Mas a participação dos leigos neste Congresso foi muito positiva. Como participaram com disposição e alegria!

5. Isso não se deve, então, a uma visão reducionista como se vocação fosse apenas para padres e os de vida consagrada?
Dom Leonardo - No trabalho feito na Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada em relação ao mês de agosto dedicado às vocações, por exemplo, não temos mais acentuado uma das vocações. Pelo contrário, temos aproveitado este mês vocacional para trazer à recordação as grandes vocações dentro da Igreja. Esse esforço existe e está muito presente. Na nossa Comissão isso é muito claro e sinto isso também nas discussões da CNBB. Naturalmente que existe uma preocupação grande, sinto isso também aqui no Congresso, em relação às vocações para o presbítero e para a vida consagrada, seja na vida religiosa ou nos Institutos Seculares. Existe esta preocupação porque, em relação aos padres, sentimos a grande necessidade, dentro da Igreja, de termos uma presença maior para servir melhor nossas comunidades. Sentimos, ainda, a dificuldade de muitas Congregações terem novas vocações. Há congregações, inclusive, com dificuldade de dar continuidade a certos serviços na Igreja do Brasil.

6. O teólogo, padre Agenor Brighenti, um dos assessores do Congresso, disse que o mundo vive uma crise generalizada. Fala-se também de crise vocacional, inclusive da vocação para o matrimônio. Como o senhor vê as vocações neste contexto de crise?
Dom Leonardo - Estamos num outro tempo. Isso é real. No Documento de Aparecida e nas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil está presente a expressão que estamos numa ‘mudança de época’. Estamos entrando num outro tempo. Olhando para trás achamos que foi tranqüila a passagem do antigo para o medieval; do medieval para o moderno. Achamos essas mudanças normais porque não estivemos lá. A idade média, por exemplo, foi um tempo de passagem muito duro. Basta estudarmos bem a história da Igreja e os intelectuais da época para entendermos todo este novo tempo que estava surgindo. Eram escolas inteiras atrás de compreender como era a questão do mistério da encarnação de Deus. Tenho a nítida impressão de que estamos num tempo de passagem e este tempo é salutar. O que virá, a gente não sabe.
O autor que pesquisei para minha tese doutoral sobre o conceito de Deus já escrevia nos anos 1970 dizendo que devíamos nos preparar melhor para o novo tempo que estava por vir, isto é, ir nos abrindo mais, ir tentando compreender cada vez mais. Isso tudo à luz do Evangelho, da Palavra de Deus, do evento de Deus. Que nós estamos nesta crise é evidente. Às vezes nem compreendemos mais em que situação nos encontramos quando vemos, por exemplo, o grande número de pessoas (casadas) que se separam; dos que deixam a vida religiosa e o sacerdócio; das pessoas que se suicidam e das que estão em depressão. Ficamos espantados com o número cada vez maior de farmácias. Vivemos hoje da química para tentar equilibrar nossa existência. É o primeiro tempo da história da humanidade que se usa a química para tentar equilibrar a existência humana.

7. Isso se aplica também aos jovens?
Dom Leonardo – Claro! Por que da droga? A droga é química. Então, estamos neste tempo, não adianta negar. É preciso abrir os olhos, mas os olhos da fé, como dizia Santo Agostinho. Outros olhos não entendem o perpassar de Deus dentro desse tempo. Outros olhos não entendem que ali estão as sementes do Verbo. Como somos sempre, a partir do evangelho, homens de esperança, precisamos entrar dentro deste tempo para que consigamos perceber a presença de Deus, que está presente em todas estas questões que não compreendemos – aliás Deus não é aquele que compreendemos, mas uma eterna revelação -, e ajudar a fazer surgir o novo. Quero dizer com isso que a vida do evangelho tem algo a dizer. Crise quer dizer acrisolar, purificar.

8. Nada disso, então, deve desanimar os promotores vocacionais?
Dom Leonardo - Ao contrário, isso é para provocar, é para dizer: ‘tem algo aí se acrisolando’, que está nascendo. Como está nascendo o evangelho aí dentro? Não sabemos, mas isso é o grande desafio de nosso tempo: não saber e confiar. Isso é fé.

9. Os congressitas perceberam isso? Ficaram animados?
Dom Leonardo - Para se ter uma ideia, mais de 20 pessoas vieram me agradecer o Congresso, dizendo que ajudou muito, que os assessores foram muito bons, que a troca de experiências nos grupos e nas mini-plenárias foi muito boa. Sinto que existe um ânimo. Não sei se o Congresso será suficiente para intuir a passagem do tempo em que estamos. Provavelmente não.