O Instituto das Servas do Sagrado Coração de Jesus Agonizante, é uma comunidade de pessoas que optaram por viver juntas, para continuar na Igreja a obra de salvação, para testemunhar pela união fraterna o Evangelho a todos os homens e sua fé na ressurreição futura . A reparação e o serviço aos mais pobres esprimem a finalidade e o carisma específico do Instituto.

5 de nov. de 2010

"Se você quer Jesus, eu também quero!"



Chiara Badano nasceu em Sassello, cidade dos Apeninos lígures, que pertence à diocese de Acqui, no dia 29 de outubro de 1971, depois que os pais a aguardaram por 11 anos.
O seu nome é Chiara (Clara, em português). Ela é mesmo assim, com seus olhos límpidos e grandes, com o sorriso doce e comunicativo, inteligente e determinado, vivaz, alegre e esportiva, foi educada pela mãe – com as parábolas do Evangelho – a conversar com Jesus e a
lhe dizer «sempre sim».
Era sadia, gostava da natureza e de brincar, mas desde pequena se distinguia pelo amor que tinha pelos «últimos», a quem cobria de atenções e de serviços, muitas vezes renunciando a momentos de divertimento. Já no Jardim de Infância colocava as suas
economias numa pequena caixa para as «crianças de cor»; e sonhava em poder um dia ir à
África como médica para cuidar delas.
Foi uma menina normal, mas com algo mais. Era dócil à graça e ao projeto que Deus
tinha para ela que aos poucos foi se revelando. No dia da sua primeira Comunhão recebeu de
presente o livro dos Evangelhos. Foi para ela um «magnífico livro» e «uma extraordinária
mensagem»; como afirmou: «Para mim, é fácil aprender o alfabeto, deve ser a mesma coisa
viver o Evangelho!».
Aos 9 anos entrou como Gen (geração nova) no Movimento dos Focolares. Viveu a sua
espiritualidade e pouco a pouco envolveu os pais. Desde então a sua vida foi uma subida,
tentando «colocar Deus em primeiro lugar».
Prosseguiu os estudos até o Liceu clássico, e ofereceu a Jesus as suas dificuldades e
sofrimentos. Mas aos 17 anos, de repente uma dor aguda no ombro esquerdo revelou nos
exames e nas inúteis operações um osteossarcoma, que deu início a um calvário de dois anos
aproximadamente. Depois que ouviu diagnóstico, Chiara não chorou nem se revoltou: ficou
imóvel em silêncio e depois de 25 minutos saiu dos seus lábios o sim à vontade de Deus.
Repetirá muitas vezes: «Se é o que você quer, Jesus, é o que eu quero também».
Não perdeu o seu sorriso luminoso; enfrentou tratamentos dolorosos e arrastava no
mesmo Amor quem dela se aproximava. Ela não aceitou receber morfina para não perder a
lucidez e oferecia tudo pela Igreja, pelos jovens, os ateus, pelo Movimento, pelas missões...,
permanecendo serena e forte. Repetia: «Não tenho mais nada, contudo tenho o meu coração e
com ele posso sempre amar».
O seu quarto, no hospital em Turim e em casa, era um lugar de encontro, de
apostolado, de unidade: era a sua igreja. Também os médicos, até mesmo aqueles não
praticantes, ficavam desconsertados com a paz que se sentia ao seu redor e alguns se
reaproximaram de Deus. Se sentiam “atraídos como por um ímã” e ainda hoje se recordam
dela, falam sobre ela e a invocam.
Quando sua mãe lhe perguntou se ela sofria muito, respondeu: «Jesus tira de mim as
manchas dos pontinhos pretos com a água sanitária e isso queima. Quando eu chegar ao
Paraíso serei branca como a neve». Estava convencida do Amor de Deus por ela. De fato,
afirmava: «Deus me ama imensamente» e, depois de uma noite particularmente dura,
acrescentou: «Sofria muito, mas a minha alma cantava…».
Os amigos que a visitavam para consolá-la, voltavam para casa consolados. Pouco
antes de partir para o Céu, ela revelou: «...Vocês não podem imaginar como é agora o meu
relacionamento com Jesus... Sinto que Deus me pede algo mais, algo maior. Talvez seja ficar
neste leito por anos, não sei. Interessa-me unicamente a vontade de Deus, fazê-la bem no
momento presente: aceitar os desafios de Deus. Se agora me perguntassem se quero andar (a
doença chegou a paralisar as pernas com contrações muito dolorosas), eu diria não, porque
assim estou mais perto de Jesus».
Chiara, pela insistência de muitos, num bilhetinho, escreveu a Nossa Senhora:
«Mãezinha Celeste, eu te peço o milagre da minha cura; se isso não for vontade de Deus, peço-te a força para nunca ceder!» e permanecerá fiel a este propósito.
Desde muito jovem fez o propósito de não «doar Jesus aos amigos com as palavras,
mas com o comportamento». Tudo isso nem sempre é fácil; de fato, repetirá algumas vezes:
«Como é duro ir contra a corrente!». E para conseguir superar cada obstáculo, repetia: «É por
ti,Jesus!».
Para viver bem o cristianismo, Chiara procurava participar da missa todos os dias,
quando recebia Jesus que tanto amava. Lia a palavra de Deus e a meditava. Muitas vezes
refletia sobre a frase de Chiara Lubich: “Serei santa, se for santa já”.
Quando viu sua mãe preocupada, pois ficaria sem ela, Chiara continuou a repetir:
«Confie em Deus, pois você fez tudo»; e «Quando eu tiver morrido, siga Deus e encontrará a
força para ir em frente».
Acolhia com amabilidade quem vai visitá-la; escutava e oferecia o próprio sofrimento,
porque dizia: «Eu tenho mesmo a matéria!». Nos últimos encontros com o seu Bispo,
manifestou um grande amor pela Igreja. Enquanto isso o mal avançava e as dores
aumentavam. Nenhum lamento; dos lábios: «Com você, Jesus, por você, Jesus!».
Chiara se preparou para o encontro: «É o Esposo que vem me encontrar», e escolhe o
vestido de noiva, as canções e as orações para a “sua” Missa; o rito deverá ser uma «festa»,
onde «ninguém deverá chorar».
Recebendo pela última vez Jesus Eucaristia aparece imersa nele e suplica que seja
recitada a «oração: Vinde Espírito Santo, mandai do Céu um raio da tua luz».
O nome "LUCE" (LUZ) lhe foi dado por Chiara Lubich, com quem teve um intenso e filial
relacionamento epistolar desde pequenina.
Não teve medo de morrer. Disse à sua mãe: «Não peço mais a Jesus para vir me pegar
e me levar para o Paraíso, porque quero ainda lhe oferecer o meu sofrimento, para dividir com
ele ainda por um pouco a cruz». Um pensamento especial aos jovens: «...Os jovens são o
futuro. Eu não posso mais correr. Porém, gostaria de lhes passar a tocha, como nas
Olimpíadas. Os jovens têm uma vida só e vale a pena empregá-la bem!».
E o «Esposo» veio buscá-la no amanhecer do dia 7 de outubro de 1990, depois de uma
noite muito dolorosa. ERA o dia da Virgem do Rosário. Estas foram suas últimas palavras:
«Mãezinha, seja feliz, porque eu o sou. Adeus». Ela também fez a doação das suas córneas.
O enterro foi celebrado pelo Bispo de então e dele participaram centenas de jovens e
muitos sacerdotes. Os membros do Gen Rosso e do Gen Verde tocaram as canções escolhidas
por ela.
O exemplo luminoso de Chiara atinge muitos corações de jovens e adultos, os move e
os orienta a Deus.
A sua “fama de santidade” se estendeu imediatamente em várias partes do mundo;
muitos os “frutos”. Dom Livio Maritano,Bispo da Diocese de Acqui, no dia 11 de junho de 1999
abriu o Processo pela a Causa de canonização. No dia 3 de julho de 2008 ela foi declarada
Venerável com o reconhecimento do exercício heróico das virtudes teologais e cardeais. No dia
19 de dezembro de 2009 o Papa Bento XVI reconhece o milagre atribuído à intercessão da
Venerável Chiara Badano, e assinou o Decreto para a sua Beatificação.


Chiara, a luz no sofrimento
1971-1990 beatificada em Roma, no santuário do Divino Amor, sábado 25 de setembro de 2010.

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